Cultural

21 anos da morte de Chico Xavier: acervo pode se tornar patrimônio cultural imaterial brasileiro

O acervo de itens que pertenceram ao médium Chico Xavier pode se tornar patrimônio cultural imaterial brasileiro. Parte dos artigos estão expostos na Casa de Memórias e Lembranças, museu montado em homenagem a Chico na cidade em que viveu entre 1959 e 2002. Na última sexta-feira (30), a morte do médium completou 21 anos.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o processo de catalogação do acervo começou em 2014 e demorou nove anos. Ao todo, foram listados:

  • 26.318 itens de bens arquivísticos, como documentos textuais e pessoais, fotos, cartas, psicografias, manuscritos originais, textos datilografados de livros, entre outros;
  • 6.170 itens relacionados ao acervo museológico;
  • seis bens arquitetônicos.

A pesquisa foi feita pelo Instituto de Inovação Social e Diversidade Cultural (Insod) após um acordo judicial com o MPF, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o Município de Uberaba e o filho adotivo e herdeiro de Chico Xavier, Eurípedes Humberto Higino dos Reis.

Agora, segundo o MPF, o resultado obtido pelo Insod foi encaminhado para o Iphan com o pedido para que a Casa de Memórias e outras cinco localidades sejam incluídos no Livro de Registro dos Lugares. Além disso, o mesmo pedido foi feito na esfera estadual ao Iepha.

"O Insod recomenda que a Casa de Memórias e Lembranças Chico Xavier seja incluída no Livro de Registro dos Lugares, de modo a constar como um bem cultural imaterial de relevância para o Brasil, contemplando também a preservação do seu acervo material associado", consta no relatório enviado aos órgãos.

Além do tombamento do patrimônio de Chico Xavier por Minas Gerais e pelo Iphan, está em análise, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a inclusão do local onde Chico Xavier se revelou ao espiritismo mundial na lista de territórios chancelados pelo órgão como área especial do planeta.

O museólogo do Memorial Chico Xavier em Uberaba, Carlos Vitor de Souza, explica que o tombamento é o mais alto nível de proteção legal do patrimônio no país.

"Chico Xavier foi uma liderança religiosa e humanista, e sua passagem transformou vidas, modos de pensar, sentir e agir na sociedade. A materialidade por ele deixada torna-se testemunho dessa importante trajetória e sua preservação significa garantir o acesso das diversas gerações à sua memória e legado", complementa.

Fonte: G1 Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba 

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