Saúde
Câncer de mama: o impacto do fator genético
Especialista explica quando a herança familiar pode aumentar o risco
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres brasileiras e desperta atenção em todo o mundo. Apesar de a maioria dos casos ser considerada esporádica, sem relação direta com a herança genética, cerca de 5 a 10% das ocorrências têm origem em mutações herdadas.
Segundo o mastologista da Unimed Uberaba, Dr. Renato Antonio Abrão, o histórico familiar é o principal alerta para identificar quem pode ter risco aumentado. “Quando a paciente tem mãe, irmãs ou tias que tiveram câncer em idade jovem, isso já acende um sinal de atenção”, explica.
Essas mutações, quando presentes, podem elevar significativamente a chance de desenvolvimento da doença, muitas vezes antes dos 40 anos. Por isso, é importante que mulheres com histórico familiar conversem com especialistas para avaliar a necessidade de um teste genético, que pode ser realizado a partir de sangue ou saliva.
O médico reforça que o exame deve ser indicado somente após uma análise criteriosa, para evitar testes desnecessários e direcionar corretamente qual painel genético deve ser feito.
Nos casos em que o risco é considerado muito elevado, podem ser recomendadas medidas preventivas mais radicais, como cirurgias de retirada das mamas ou dos ovários. Foi essa a decisão da atriz Angelina Jolie, que chamou atenção mundial para o tema ao revelar sua predisposição genética. “Mas cada caso deve ser avaliado de forma individual, com acompanhamento médico e psicológico. Não é regra, mas pode ser uma escolha segura para algumas mulheres”, destaca o especialista.
Mesmo com a possibilidade da herança genética, o Dr. Renato lembra que a grande maioria dos casos não tem relação hereditária. “De cada dez mulheres diagnosticadas com câncer de mama, apenas uma ou duas terão a genética como causa principal. O mais importante é manter consultas regulares e conversar com um especialista”, conclui.